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[História Original] [Em grupo] Imortais Imperfeitos

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Mensagem por Project LC Ter Ago 02, 2016 12:16 pm

Imortais Imperfeitos




Introdução:

Essa é uma história antiga que eu fazia com Lucas FM em outro fórum, porém decidimos fazer um Reboot nela, alterando MUITAS coisas, e redesenhando os personagens.

Sinopse:
Kaori, Yasuji e Hayato são pessoas criadas a partir do cruzamento de deuses com humanos. Eles moram em Kamijigoku, e a história conta como eles vão lidar com esses poderes.

Personagens:

Capítulos:


Última edição por Project LC em Dom maio 07, 2017 8:21 pm, editado 5 vez(es)
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Mensagem por Lucas FM Ter Ago 02, 2016 2:16 pm

#1 – Kamijigoku


    Cidade de Kamijigoku. Oito horas da noite. As luzes do porto iluminavam o local de uma forma bem bonita. Andando em meio às lojas, havia uma garota adolescente de cabelos pretos, vestindo um casaco branco, um cachecol rosa-claro, uma calça jeans e um par de tênis pretos. Realmente era uma noite fria. A menina chamava-se Kaori.
    Kaori, andando pela rua, parou em uma loja de armas. Ela não entrou, apenas admirou as espadas pela vitrine. Seus olhos negros reluziam às luzes da loja e aos reflexos das lâminas. A jovem então se espantou ao lembrar que ela devia voltar para casa logo, então ela acelerou o passo.
    A adolescente chega em casa. O interior de sua casa era espaçoso com chão de madeira e paredes brancas, à direita havia uma mesa para jantar e à esquerda, descendo um degrau, havia uma televisão de LED e um sofá de frente para ela, que se encontrava ocupado pelo seu pai, Kazuo. Ele possuía cabelos negros lisos, olhos da mesma cor dos da filha, vestia uma camisa casual preta e um moletom cinza. Ele estava descalço e seu porte físico era um pouco forte, porém não tanto.
    - Estava olhando a loja de armas de novo, não é, Kaori? – Perguntou Kazuo.
    - Er... É... – Respondeu Kaori.
    - Hahah. Tudo bem. – Kazuo riu.
    Kaori dirigiu-se ao seu quarto rapidamente. Kazuo retoma sua leitura, e Kaori deita na cama, também indo ler um mangá.

    O dia passou. Eram nove horas da manhã, intervalo no colégio em que Yasuji estudava. Yasuji era um garoto de 16 anos, cabelos azuis bagunçados e levemente ondulados, olhos também azuis, vestindo um uniforme escolar. Ele estava pressionado contra a parede por um valentão que tentava chantageá-lo. Eles estavam no corredor de frente para a porta de suas salas, num momento em que ninguém estava por perto. O valentão possuía pele negra, cabelo ralo tapado por um boné mal-colocado, um cordão de ouro e o tradicional uniforme escolar.
    - Seu vacilão! Não quis me dar cola no teste, né? Hah, acha que pode ser o super certinho! Babaca. – Disse o moleque.
    - M-Mas eu nem sabia de nada do teste! E-Eu fui tão mal quanto você! – Respondeu Yasuji, com medo.
    - Mentiroso!
    - Ei! Ei! O que é que está havendo aí? – Uma terceira voz interrompe os dois.
    Do outro lado do corredor aproximou-se um garoto de cabelos ruivos, porte físico alto e forte, vestindo também o uniforme escolar. Aparentava ser mais velho que os outros dois.
    - Você não sabe com quem está se metendo! – Provocou o trombadinha.
    - Sei sim, não sou cego.
    - Grr...
    O valentão tenta dar um soco no rapaz, que defende facilmente o golpe com uma única mão, porém não tenta contra-atacar.
    - Eu não quero arranjar brigas. Só vá embora. – Disse o jovem, com um tom mais sério.
    - Grr... – O bully se enfureceu, deu meia volta, e saiu andando a passos fortes.
    - Ele te machucou? – Perguntou o mais velho.
    - N-Não, eu tô bem. – Respondeu Yasuji.
    - Meu nome é Hayato, e o seu?
    - Y-Yasuji.
    - Pode ficar tranquilo, cara. Eu não sou daqueles tipos não. Se aquele cara voltar a te atormentar, é só me chamar, ok? – Disse Hayato, apoiando a mão no ombro de Yasuji e com um sorriso confiante no rosto.
    - O-Ok.
    - Ah, eu estava distribuindo uns panfletos pela escola. É do meu curso de ninjutsu.
    - Como assim? – Perguntou Yasuji, já começando a se acostumar com a presença do rapaz que o acompanhava.
    - Ah, é que eu sou professor de ninjutsu de meio-período. Hahah. Sabe, técnicas ninja e tal. – Respondeu Hayato, com uma risada simpática.
    - Saquei.
    - Ah, onde é sua sala? Posso aproveitar e distribuir os panfletos por lá.
    - Boa ideia.
    Yasuji e Hayato dirigiram-se à sala de aula mencionada. O primeiro sentou-se em sua carteira e o segundo começou a distribuir os panfletos. A sala era bem genérica, carteiras de madeira enfileiradas, duas janelas na parede, uma mesa para o professor, um quadro negro e uma bancada para auxiliar professores baixos a alcançarem certos pontos do quadro. Kaori também estudava na mesma sala, sentava-se na terceira cadeira da fileira do canto, próxima à janela e distante da porta. Enquanto Yasuji sentava-se na penúltima cadeira da fileira do meio, por não ser muito estudioso, apesar da aparência. Quando Hayato chega na carteira de Kaori, ela não resistiu e soltou um comentário.
    - Ninjutsu? Pff! – Debochava Kaori.
    - O que foi? – Perguntou Hayato.
    - É só que eu já faço curso de Kenjutsu. Garanto que é bem melhor. – Provocou Kaori.
    - Hah, até parece! Vocês ficam dependentes de uma espada.
    - Mas a gente é bem mais poderoso quando tá armado.
    - Mas a gente—Hayato foi interrompido pelo sinal da escola. – Ah, deixa pra lá. Melhor eu voltar pra minha sala. Tenho aula agora. Falou.
    Hayato saiu de sala, Kaori olhou para o panfleto que recebeu, amassou e arremessou na lixeira sem se levantar. O professor de educação física, um homem alto, musculoso, de regata, calça moletom esportiva, tênis, cabelos curtos e um apito pendurado em seu pescoço, chegou na sala e olhou para os alunos, que também haviam acabado de chegar.
    - Pessoal, hoje a aula vai ser prática. Todo mundo vestindo a roupa de esportes e descendo pra quadra. – Comunicou o professor.
    Os alunos foram ao banheiro, se trocaram e desceram. Kaori e as demais meninas vestiam uma camisa de manga curta e um short justo, enquanto Yasuji e os demais meninos usavam também uma camisa de manga curta, porém um short mais largo.
Entretanto, o trombadinha que anteriormente havia encrencado com Yasuji, decidiu puxá-lo e pressioná-lo contra a parede, distanciando do grupo sem que o professor percebesse. Yasuji tremia de medo.
    - Seu mariquinha! Só se safou porque aquele cara apareceu pra te salvar! É um fracote mesmo! - Grita o valentão.
    O garoto socou o rosto de Yasuji, que permaneceu sem reação.
    - Você é um lixo! Um fracote! Merece apanhar mesmo!
    Mais um soco é desferido em Yasuji. O professor percebeu a ausência dos dois e voltou para chama-los, flagrando o último momento.
    - Isso deve ser de família! Só pode! Você deve ter uma família bosta assim como você!
    Yasuji arregalou os olhos. Vários flashes passaram em sua mente. Seu olhar tornou-se vazio. Um sentimento que aparentava ser um misto de fúria e algo mais despertou em seu coração. Seus olhos começaram a brilhar em azul, com um efeito como nevasca. Uma espécie de energia azulada envolvia seu corpo. Em sua mente não havia mais medo, ela estava vazia. Quando seu inimigo ia soca-lo mais uma vez, Yasuji apenas levantou sua mão direita com uma velocidade inacreditável, e, além de defender o soco, também congelou a mão do rapaz. O gelo quebrou até a metade de seu antebraço, amputando-o.
    - AAAAAAARRRGGGGHHHH!!!!!! – Agonizava de dor o jovem.
    Yasuji desmaiou e o valentão caiu no chão de tanta dor. Os demais alunos correram em direção ao local por conta dos gritos.
    - O que foi que aconteceu??!! – Diz o professor, alcançando os alunos no exato momento que eles caem no chão, porém vendo os acontecimentos anteriores.
    Ao ver os alunos chegando, o homem completou:
    - Pessoal, eu não to entendendo nada aqui! Parece que eles brigaram, mas o Yasuji começou a brilhar e congelou o braço do outro! Vocês estão dispensados, podem voltar pra casa! Não tem aula hoje!
    Os estudantes, chocados, começam a ir embora ou ligar para seus pais busca-los, como foi o caso de Kaori.
    - Pai, tem como você me buscar? Parece que um aluno feriu o outro, foi uma doideira! Ele começou a brilhar e congelou o braço do cara! – Disse Kaori, ao telefone.
    - Como assim?! Estou indo aí agora! – Respondeu Kazuo, do outro lado da linha.
    Enquanto isso, Hayato observava pela janela da sala e viu seu amigo caído no chão envolto de uma multidão. Ele levantou da sala correndo, sabendo que seu professor não se importava caso seus alunos saíssem sem pedir permissão.
Kazuo apareceu atrás de Kaori, dando um susto não-intencional em sua filha.
    - Pai?!! Como chegou tão rápido? – Perguntou Kaori.
    - Depois explico. Agora tenho outras prioridades. – Disse Kazuo, com um tom extremamente sério.
    Os dois jovens caídos foram levados à enfermaria. Kazuo seguiu-os. Kaori ainda estava com um olhar de preocupação, e Hayato chegou até ela.
    - O que aconteceu?! – Perguntou Hayato.
    - O Yasuji. Ele se envolveu numa briga e parece que congelou o braço do menino. – Respondeu Kaori.
    - Como assim?!! – Hayato se assustou.
    - Eu também não sei. Vamos à enfermaria ver. – Kaori disse, e seguiu seu pai, também acompanhada de Hayato.
    Chegando lá, Kazuo expeliu uma onda de energia por toda a escola, fazendo todos desmaiarem, com exceção dele mesmo, Kaori e Hayato.
    - Kaori, eu já esperava que você não fosse ser atingida, mas parece que temos outra pessoa aqui imune à minha técnica. – Disse Kazuo, ainda com um tom sério.
    - Técnica? Como assim? O que está acontecendo? – Perguntou Kaori, ainda sem entender nada.
    - Todos os que desmaiaram, com exceção de Yasuji, vão perder suas lembranças sobre este acontecimento. A técnica não funciona com quem possui Link em seu corpo. – Respondeu o homem.
    Kazuo estendeu sua mão sobre os dois jovens desmaiados nas camas, e cura seus ferimentos, inclusive restaurando completamente o braço do valentão.
    - Que viagem é essa?! – Disse Hayato, sem entender nada também.
    - Segurem minha mão. Vou explicar tudo lá em casa, e depois vou leva-los de volta para seus lares. – Disse Kazuo, estendendo a mão aos jovens.
Os dois tocaram a mão do pai de Kaori, que também tocou o corpo de Yasuji, e logo após utilizou uma técnica de teletransporte.


Continua...


Última edição por Lucas FM em Sex Set 30, 2016 4:40 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Project LC Ter Ago 02, 2016 3:09 pm

#2 - Mundo



   Eram 6h30 da manhã e Yasuji estava com sua família no escritório médico. La estavam ele, seu pai, Mitsuo, sua mãe, Shizuka, e sua irmã, Yume. Mitsuo era um homem de estatura média com sua meia idade, beirava os quarenta anos de idade e tinha seus cabelos pretos lisos penteados de forma casual, cabelo do qual tinha um ou outro fio branco devido a idade, seus olhos eram verdes e sua pele era bronzeada, ele, apesar do seu porte físico ser um pouco forte, tinha uma pequena barriga que estava pouco visível devido ao fato de estar vestido de terno por causa de seu emprego. Sua esposa, Shizuka, diferente do marido, trabalhava em casa, cuidando dos filhos. Era uma mulher também de estatura média, muito bonita que, assim como seu marido, estava perto dos quarenta mesmo que não tivesse um fio de cabelo branco. Seus cabelos lisos castanhos claros caíam até metade das costas, mesmo que neles, havia um pequeno coque feito. Ela parecia estar vestida para ir assistir algum tipo de palestra, vestia uma blusa formal branca e uma saía rosa claro com um pequeno salto de mesma cor. Yume tinha seus cabelos pretos lisos penteados de forma casual, eles também eram grandes e iam até a metade suas costas. Ela tinha lindos olhos negros, porém estavam fundos e com olheiras, ela estava vestida com um vestido branco e chinelos havaiana.
   O consultório médico, apesar de grande por estar em um hospital, era comum. Havia a mesa para atendimento, três cadeiras para se sentar e uma cama para examinar os pacientes. Na mesa, haviam vários papéis e exames além de um computador. O médico estava sentado de um lado da mesa e do outro, os pais de Yasuji. Yume estava sentada na cama, distraída olhando para o nada enquanto seu irmão a fitava preocupado.
   O médico estava olhando os exames até que termina de interpretá-los e diz:
   - Vocês estão certos de que querem que sua filha escute o diagnóstico? - Diz o médico sério
   Mitsuo e Shizuka assentem.
   Portanto, o médico diz:
   - Eu... Eu lamento, mas sua filha tem leucemia, e está em um estágio avançado... Eu daria no máximo 3 meses de vida pra ela... Isso, se ela fizer os tratamentos para atordoar a doença, do contrário, ela tem apenas duas semanas.
   O médico, após terminar sua fala presencia Yume cair para trás na cama e desmaiar, logo Yasuji a segura e a balança freneticamente enquanto grita pelo seu nome, desesperado.
   - Yume! Yume! Yume! YUMEEEEEE!
   - Aaaaah!!! - Gritava o garoto ao acordar num sofá.
   Era uma lembrança. Algo que havia acontecido mais cedo naquele mesmo dia. Algo que Yasuji temia, e voltou como um pesadelo horrendo.
   O garoto de cabelos azuis acorda deitado em um sofá, logo, Yasuji se senta no meio dele e pergunta:
   - Onde eu estou?
   Ele começa a analisar o local a sua volta. Parecia uma casa comum, porém, ele nunca havia estado nela. Repara na enorme TV de LED disposta a sua frente e tenta imaginar ela no seu quarto, e... Caramba. Ele esqueceu o que estava fazendo, era horrível não conseguir se concentrar em nada. Ele escuta passos e vê um garoto no topo de uma mini escada que estava ao seu lado:
   - Então, você acordou dorminhoco. - Diz Hayato em tom amigável - Caramba, cara. Se eu soubesse que conseguisse fazer aquilo talvez eu tinha dito pra VOCÊ se conter. - Diz o garoto contendo uma gargalhada
   - Mas do que...
   - Ah! Você acordou! - Disse uma voz completamente estranha para Yasuji, interrompendo-o. Assim, Hayato desce os degraus seguido de Kaori e Kazuo. O garoto de cabelos azuis vai para o canto esquerdo do sofá, logo, Hayato se senta ao seu lado, aparentando também estar pouco à vontade apesar de estar fazendo algumas brincadeiras, e Kaori senta-se ao lado de Hayato, aparentando estar um tanto impaciente e assustada. Assim, Kazuo fica em pé na frente do grupo que fica sentado:
   - Me desculpe por ter trazido você pra cá, Yasuji. Porém, não tive escolha. Você quase se meteu numa tremenda enrascada, se não fosse por isso, talvez teriam te matado acusando-o de ser uma aberração.
   - C-como s-sab-be meu nom-me? - Perguntou o garoto bastante assustado e receoso com a situação
   - Eu disse a ele. Ele é meu pai. - Disse Kaori friamente enquanto ainda estava receosa com o que havia acontecido mais cedo na escola.
   Aquilo não aparentou tranquilizar o garoto, mesmo que Kaori fosse da sua sala a mais de dois anos, talvez fosse porque nesse longo período de tempo eles nunca houvessem se quer trocado um simples "oi".
   - E o qu-que quis dizer c-c-com "me meti n-numa enrascada"? O-o q-que aconteceu? - Pergunta o garoto de olhos azulados
   - Você não consegue se lembrar de nada? - Pergunta o pai de Kaori a Yasuji
   O garoto de olhos azuis balança a cabeça negativamente de forma assustada.
   - De qualquer forma, eu vou te contar então. Em algum momento, após o "valentão"... - Kazuo deu um ênfase irônico nessa palavra enquanto reforçava as aspas com a mão. Aquilo, momentaneamente, pareceu ser engraçado para Hayato e Kaori que conteram uma gargalhada de maneira sincronizada. Isso porque a ideia do bully ser um valentão diante do que Yasuji fez com ele pareceu tão ridícula no momento que chegou a ser cômica - ...ter te colocado na parede. Algo fez sua alma ascender. Seu link aumentou de maneira absurda, o que acredito que tenha feito com que você perdesse a consciência e atacasse pelo instinto de pura raiva. Após isso, sua raiva se transformou em link e força, assim, você congelou e estourou o braço do garoto como se fosse algo muito simples, tão simples como se você estivesse rasgando papel.
   Aquelas palavras não causaram espanto em Hayato e Kaori, eles estavam cansados de ouvir isso. Porém, Yasuji olhou para as próprias mãos abismado e chocado consigo mesmo. Ele havia feito aquilo? Ele havia matado uma pessoa?
   - E-eu o-o matei? - Perguntou Yasuji ainda com expressão de choque
   - Não. Eu apaguei a mente de todos da escola e regenerei o braço do garoto. - Disse Kazuo como se tivesse feito algo super fácil e comum
   - Agora que você já explicou tudo para ele. - Disse Hayato interrompendo uma tentativa de Yasuji fazer uma pergunta - Está na hora de responder as minhas perguntas! Que diabos é link?! Por que só nós quatro temos isso?! O que nós somos?! - Disse Hayato em tom autoritário e sério enquanto apoiava os cotovelos nos joelhos e posicionava as mãos encaixadas e as fechava para ficar mais atento.
   - Certo... Vamos começar pelo mais fácil... - Disse Kazuo enquanto permanecia de pé e passava a mão esquerda no cabelo como se estivesse o penteando e a coloca na nuca. - Bem, link é um tipo de energia que provém da alma. Ela floresce apenas em alguns tipos específicos de seres vivos bem mais facilmente. O link aumenta conforme a serenidade e determinação aumentam. Quando Yasuji explodiu em fúria ele tinha apenas uma certeza: que queria se vingar do garoto. A fúria é nada mais que isso. A vingança que provém da determinação.
   Hayato continuou da mesma forma sem dizer uma palavra, apenas prestava atenção nas palavras que o homem de cabelos negros proferia. Yasuji aparentava ter entendido o que estava sendo dito mas ainda aparentava estar atordoado com a informação e Kaori permanecia atenta, porém, seu rosto aparentava leve indiferença diante da informação adquirida.
   - Agora quanto ao fato de só vocês terem isso... – O rapaz de cabelos negros repete o gesto de passar a mão esquerda no cabelo e colocando-a na nuca – É um pouco mais complicado. Primeiramente, vocês acreditam nos mitos que provavelmente seus avós contavam pra vocês quando crianças? Me refiro aos mitos fantásticos de deuses e demônios...
   O garoto de cabelos azuis se lembra vagamente de sua avó contando sobre um mito de uma deusa que se casa com um deus-dragão para que ele parasse de destruir uma ilha japonesa. O mito era apenas uma fantasia, e narrava o ato de amor da deusa pela população do local, e com isso, ela se “sacrifica” para salvar o povo que ali residia. Era de fato uma história bonita, porém, algo muito fantasioso e nada realista. Yasuji era bem cético então sua resposta foi concreta e absoluta.
   - Elas não passam de historinhas pra crianças...
   Kaori ia proferir algumas palavras, porém, ela relembra do ocorrido de mais cedo, olha para Yasuji e fica em dúvida, por fim, diz:
   - Não sei.
   O garoto ruivo desfaz sua postura e cruza os braços fechando os olhos, como se tentasse tomar alguma decisão que não parecesse precipitada, por fim, ele abre os olhos e volta seu olhar para Yasuji e depois para Kazuo, algo na sua consciência o alertava de que isso era mais real do que ele imaginava. Logo, conclui seu pensamento:
   - Eu não sei muito sobre esses mitos do qual você está falando, mas acredito que sejam reais, sim. Além do que... – Hayato esboça um sorriso, ele era bem astuto e sensato – Se nada disso existisse, não haveria necessidade de você estar nos perguntando isso.
   Yasuji arregala os olhos, ele havia voltado sua atenção completamente para a pergunta de Kazuo que se esqueceu do ocorrido de mais cedo e do porque eles estavam ali, de fato, ele concordava com Hayato.
   Kaori seguiu a mesma linha de raciocínio de Hayato, porém, era diferente para ela. Ela não queria aceitar isso. Porque, no final das contas, o que seu pai iria dizer a eles? O que ele era? E, o mais importante, o que ELA era no final das contas?
   - Bem, você me surpreendeu. Está bem na cara que não estou lidando com crianças. – Diz Kazuo esboçando um sorriso no canto do rosto – Então, amigos, a verdade é que todos aqueles mitos eram reais. Todos os kamis e demônios da mitologia xintoísta, não são apenas mitos, eles existem.
   Hayato parecia estar esperando aquela informação, principalmente pela hipótese desenvolvida por ele, então, aquilo apenas a confirmou, com isso, ele não aparentou ficar abalado. Yasuji aparentava estar um pouco nervoso com tudo aquilo, e de fato, estava. Porém, o garoto de cabelos azuis não esboçou uma grande diferença em sua reação. Enquanto os garotos mantinham a calma, Kaori estava ficando ansiosa com tudo aquilo, a última afirmação de seu pai a fez suar frio. Contudo, Kazuo não reparou na reação das crianças e continuou:
   - Os kamis e demônios executam suas magias e feitos fantásticos por meio do link. É essa energia que dá força a eles. Bem, provavelmente, vocês tem isso por serem herdeiros diretos de algum kami. Ou seja, filhos. Com isso, não há mais motivos para que eu esconda a verdade para vocês: Eu sou um kami.
   Aquela última afirmação, novamente não deixou o garoto de cabelos vermelhos amedrontado, era algo do qual ele já aguardava. O garoto de olhos azuis ficou um pouco intimidado com aquilo tudo, no final das contas, ele era ateu. Era um pouco difícil engolir tudo aquilo de uma vez só, e o pior de tudo, é que Kazuo já provara que era um kami com seus feitos anteriores naquele dia e com todas as suas palavras que aparentavam ter algum fundamento.
   Porém, com Kaori novamente foi diferente. Aquilo foi um choque muito grande pra ela. No final das contas, não é muito fácil ouvir que seu pai é um deus com poderes fantásticos. A garota de cabelos negros ficou meio atordoada com tudo aquilo de início, tanto que ela começava a respirar ofegante. Kaori demorou para assimilar toda aquela informação e quanto mais tempo passava, mais pálida ela ficava. Ela sentia que ia desmaiar, porém, alguma coisa aparentava força-la a continuar consciente. Passados alguns segundos, a garota fica mais calma, porém, ainda mantêm a respiração ofegante.
   - Se acalme, Kaori. – Diz Kazuo observando sua filha, enquanto mantêm a calma. – Não é como se o seu mundo fosse desabar... Não é tão ruim ser filha de um kami. Você pode seguir sua vida normalmente, se escolher isso. – Com essas palavras sua filha mantem consegue se estabilizar, mantendo novamente um semblante mais calmo. Os garotos a observam em busca de toda a ansiedade que a habitava até agora a pouco, o autocontrole dela era incrível. Logo, Kazuo se volta para os garotos e volta a falar – Yasuji. Você é muito sortudo. Eu não gostaria de dizer tudo isso por agora, é muita informação. Porém, acredito que você deva saber sua história... Está pronto?
   O garoto de cabelos azuis ficou com o olhar sereno de repente. Com a maior calma do mundo, ele pergunta:
   - Você quer falar a verdade sobre meus pais biológicos, não é?
   - Sim... Você já sabia que era adotado? – Pergunta Kazuo estranhando
   - Francamente... Eu sou a única pessoa no mundo que tem os cabelos azuis com cor natural... É claro, meus pais adotivos nem tentaram esconder isso de mim, era muito óbvio. Porém, eles me criaram como um filho legitimo deles, e sou muito grato a eles por isso. – Disse o garoto ainda calmo
   - Bem... Yasuji você causou um grande estardalhaço no mundo dos kamis quando nasceu. Você nasceu de dois kamis, Tsukuyomi e Bentem. Respectivamente, o deus da lua e a deusa da água. Porém, antes de você nascer, todos sentiam apenas uma presença no ventre de Bentem, e quando você nasceu, tivemos uma surpresa: duas crianças. Um menino e uma menina. Contudo, eles não eram kamis, nasceram do acaso as duas crianças e uma deles estava morta. Você foi considerado um mal agouro e foi renegado pelos dois, pois deveria ter nascido um kami, um ser perfeito. E ao invés disso, nasceram duas crianças imperfeitas da qual deveriam compartilhar uma vida. Porém, uma das crianças havia escolhido não nascer. Tem ideia do quanto isso pode ser vergonhoso? Seus pais foram renegados por um ser que sequer chegou a nascer.
   Kazuo terminou a sua frase e esperava alguma reação triste de Yasuji, porém, o garoto surpreendeu ao sorrir e dizer:
   - Eu deveria agradecê-los por terem feito isso.
   O kami se surpreende por ver um humano que não vê ser um deus como algo positivo. Por que diabos, ele, na condição de um mero humano, preferiria uma vida na terra ao invés de os privilégios de uma vida de deus?
   - Sabe... Eu tenho uma boa família e boa vida... É claro, ela não é perfeita. É cheia de altos e baixos, mas... – O garoto para e se lembra de sua irmã da família adotiva     – Mas, estou feliz. Minha família me ama e eu amo muito ela e se esses seres ridículos não são capaz de me aceitar. Não vou ser eu que irei chorar por isso. – Diz ele com um sorriso no rosto. A verdade é que, apesar de muito tímido, Yasuji tinha orgulho das coisas que tinha e que conquistou ao longo da vida.
Kazuo também sorri e assente balança a cabeça positivamente. Porém, Hayato intervêm no momento e faz uma pergunta:
   - Você sabe algo sobre mim? – Diz ele esperançoso – Sabe... Minha mãe foi embora de casa a quatorze anos, logo depois de ter dado a luz a meu único irmão. Ela sumiu e nunca mais tivemos notícias. Meu pai treinou eu e meu irmão na arte do ninjutsu até que ele nos considerou aptos para nos defendermos sozinhos, e se despediu de nós a quatro anos, prometendo voltar com nossa mãe. E... No ano passado... – O garoto cerrou os punhos, aquilo era difícil dele dizer – Eu acordei no meio da noite e fui até o quarto do meu irmão. Eu vi ele se jogar da janela do seu quarto do segundo andar. Eu fui correndo até ela pra ver se conseguia segurá-lo. Porém, imediatamente depois de ele pular, ele havia sumido. Eu gostaria de saber, mais especificamente, se você sabe algo sobre minha família. – Disse ele firme.
Kazuo não esboçou reação com tudo aquilo. Realmente o ruivo da sala não tinha uma vida fácil, era cercado de desgraça, tristeza e solidão. Porém, isso não alterava a resposta de Kazuo, infelizmente, ele não poderia ajuda-lo com isso.
   - Sinto muito, mas não sei nada sobre seus pais ou sobre o seu irmão.
   Hayato abaixou a cabeça, triste. Porém, ele rapidamente a levantou e suspirou.
   - Bem, obrigado de qualquer forma. Mais uma coisa. Você tem ideia do que pode ter acontecido com meu irmão pra ele ter sumido daquela forma?
   - É complicado... Mas, provavelmente, seu irmão descobriu o link muito antes de você... – Disse Kazuo em tom sério
   Após aquela informação, o garoto ruivo fica mais sério. Passasse algum tempo, e o garoto de cabelos azuis, ao lado de Hayato, vão embora juntos e Kaori pergunta a seu pai, logo após fechar e de se despedir dos dois colegas:
   - Pai, que kami é você? – Pergunta a garota a seu pai
   O rapaz de cabelos negros olha pra sua filha sério. Logo, ele coloca a mão em seu ombro, e diz:
   - Kaori, não fará bem a você saber disso. Por hora, é melhor que você não saiba, mas pode ter certeza que algum dia você irá descobrir, e, quando isso acontecer, eu peço para que você tente me entender e não tenha raiva. Por favor, não insista. Eu posso te pedir isso? – Diz Kazuo sério
   Kaori olha seca e fria para seu pai, porém, assente com cabeça após dar um leve suspiro.
   - Ótimo. – Diz Kazuo o mais otimista possível e após isso, abraça sua filha.

   Continua...
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